¶ Audrey Hepburn: A Dama Mais Encantadora de Hollywood
¶ Introdução
Audrey Hepburn foi uma atriz britânica, ícone da moda e humanitária. Ela é mais conhecida por seus papéis em filmes como "Roman Holiday" (1953), "Breakfast at Tiffany's" (1961) e "My Fair Lady" (1964). Hepburn também foi Embaixadora da Boa Vontade do UNICEF e trabalhou incansavelmente pela infância.
¶ Infância
Audrey Hepburn nasceu em Ixelles, Bélgica, em 4 de maio de 1929, em uma família aristocrática, e passou uma infância privilegiada entre Bélgica, Inglaterra e os Países Baixos. Sua mãe, a Baronesa Ella van Heemstra, uma nobre holandesa, foi uma figura forte em sua vida. Seu pai, Joseph Victor Anthony Ruston, era um britânico nascido na Áustria-Hungria. No entanto, quando Audrey tinha seis anos, em 1935, seu pai abandonou abruptamente a família, mudou-se para Londres e se envolveu em atividades fascistas. Ele se desconectou completamente de sua filha, e esse abandono marcou Audrey por toda a vida. Na década de 1960, quando já era famosa em todo o mundo, ela conseguiu localizá-lo vivendo na Irlanda e o sustentou até sua morte.
¶ Segunda Guerra Mundial
Quando a Grã-Bretanha declarou guerra à Alemanha em setembro de 1939, a mãe de Audrey a levou para Arnhem, esperando que os Países Baixos permanecessem neutros e seguros dos ataques alemães. Em Arnhem, de 1939 a 1945, Audrey frequentou o Conservatório de Arnhem. Ela havia começado aulas de balé em um internato e continuou seu treinamento em Arnhem sob a orientação de Winja Marova, tornando-se sua aluna mais destacada. Nesse momento, Audrey havia encontrado sua vocação: o balé.
Durante a guerra, Audrey e sua mãe testemunharam os horrores da ocupação nazista. Em 1942, o tio de Audrey Hepburn, Otto van Limburg Stirum, foi executado como represália por uma sabotagem do movimento de resistência, mesmo que não tivesse envolvimento direto. Seu meio-irmão Ian foi deportado para Berlim para trabalhar em um campo de trabalhos forçados. Ela também testemunhou a deportação de judeus holandeses para campos de concentração, recordando a imagem assombrosa de um menino em um casaco grande demais embarcando em um dos trens. Essa experiência foi um dos muitos eventos traumáticos que ela suportou, como sofrer de desnutrição e outros problemas de saúde graves que quase a levaram à morte no final de 1945.
Acredita-se que Audrey tenha participado do movimento de resistência, embora não tenham sido encontradas provas claras de um envolvimento profundo. No entanto, em um livro de 2019 escrito por Robert Matzen, surgiram evidências do apoio de Audrey à resistência ao realizar "concertos clandestinos" para arrecadar fundos, distribuir jornais clandestinos e ser voluntária em um hospital da resistência.
¶ Depois da Segunda Guerra Mundial
Audrey e sua família se mudaram para Amsterdã em 1945. Ela começou a receber treinamento em balé sob a orientação de Sonia Gaskell e Olga Tarasova. Devido a dificuldades financeiras (já que as propriedades de sua família foram destruídas durante a guerra), sua mãe trabalhou como cozinheira e governanta para uma família rica. Audrey fez sua estreia na tela em "Dutch in Seven Lessons" (1948), um filme educativo. Em seguida, mudou-se para Londres com uma bolsa de estudos de balé no Ballet Rambert, sustentando-se como modelo em meio período.
Devido à sua baixa estatura e constituição vulnerável, ficou claro que ela dificilmente se tornaria uma primeira-bailarina. Ela então mudou seu foco para a atuação. Enquanto sua mãe trabalhava para sustentá-los, Audrey apareceu em pequenos papeis em várias produções teatrais e fez aulas de locução.
A carreira de atriz de Audrey começou a decolar quando ela foi descoberta pelo diretor de elenco dos Estúdios Ealing e se registrou como atriz freelancer na Associated British Picture Corporation (ABPC).
¶ Nasce uma estrela
Audrey teve um pequeno papel no filme bilíngue "Monte Carlo Baby", filmado em Monte Carlo. Durante as filmagens, a romancista francesa Colette a viu e a escalou para o papel principal na peça da Broadway "Gigi". Apesar de sua falta de experiência no palco e saúde frágil, Audrey foi altamente aclamada pela crítica e pelo público. A peça teatral teve 219 apresentações, encerrando em maio de 1952, e depois saiu em turnê, concluindo em San Francisco em maio de 1953. Ela recebeu um prêmio Theatre World por seu papel.
"Gigi" marcou seu verdadeiro início como grande atriz. De 1953 a 1967, sua carreira foi marcada por trabalhos memoráveis com papéis principais e os melhores colegas e diretores. Em 1953, ela alcançou o status de ícone com seu papel em "Roman Holiday", pelo qual ganhou um Oscar de Melhor Atriz. Esse filme a catapultou para o estrelato internacional e a estabeleceu como uma atriz querida pelo público e crítica. Nos anos seguintes, ela continuou a cativar o público com atuações memoráveis em filmes como "Sabrina" (1954), "Funny Face" (1957) e "Breakfast at Tiffany's" (1961), solidificando sua posição como uma das principais atrizes de Hollywood.
¶ Personalidade
Mas a qualidade mais marcante de Audrey ia além de seu talento como atriz. Ela era amplamente considerada uma das personalidades mais graciosas e encantadoras da indústria do entretenimento. Seus colegas e pares a elogiaram constantemente por seu profissionalismo, humildade e gentileza dentro e fora do set. Ela frequentemente era descrita como acessível, simples e incrivelmente fácil de trabalhar. Sua reputação em Hollywood era a de uma verdadeira dama com um coração caloroso e generoso.
Ela fez amigos para a vida em uma indústria conhecida por sua competição e crueldade, como o ator Cary Grant e o estilista de moda Hubert de Givenchy.
¶ Estilo
Publicamente, a persona de Audrey Hepburn era a de um ícone atemporal e sofisticado. Ela exalava elegância, graça e uma sensação de beleza natural que a cativou com o público em todo o mundo. Seu estilo, personificado pelo pequeno vestido preto em "Breakfast at Tiffany's", tornou-se icônico, e ela era considerada uma influenciadora da moda. A imagem de Audrey estava associada a um senso de refinamento e classe, e ela projetava uma aura de inocência e vulnerabilidade que a tornava acessível e amada por muitos.
¶ Trabalho humanitário
Além de sua carreira como atriz, Audrey Hepburn dedicou-se a causas humanitárias. Ela se tornou Embaixadora da Boa Vontade da UNICEF em 1954 e viajou extensivamente para ajudar crianças necessitadas ao redor do mundo. Sua dedicação a essa causa era inabalável, e ela usava sua fama para conscientizar e angariar fundos para o trabalho da UNICEF.
¶ Vida pessoal
Audrey cativava todos ao seu redor e sempre deixava claro que seu maior sonho era ter sua própria família. Ela ficou noiva uma vez (do industrial James Hanson), mas cancelou o casamento. Foi na época em que sua carreira decolou com "Gigi".
Em 1954, ela se casou com o ator americano Mel Ferrer, com quem teve seu filho Sean. Eles ficaram juntos por 14 anos. Depois, ela se casou com o psiquiatra italiano Andrea Dotti, com quem teve seu filho Luca. Ambos os casamentos foram desafiadores, e Audrey enfrentou os obstáculos com graciosidade e resiliência. Ela diminuiu sua carreira e dedicou seu semi-retiro a criar seus filhos e a fazer trabalho humanitário.
Mas foi de 1980 até sua morte em 1993 que Audrey viveu seu relacionamento mais feliz, com o ator holandês Robert Wolders.
Ela manteve sua família longe dos rumores e viveu na Europa. Suas últimas décadas foram passadas na Suíça.
¶ Morte
A batalha de Audrey contra um raro câncer abdominal começou em 1992, após seu retorno da Somália, onde estava realizando trabalho humanitário. Apesar dos testes inconclusivos na Suíça, uma laparoscopia em Los Angeles revelou uma forma avançada de câncer que revestia seu intestino delgado. Após cirurgia e quimioterapia, sua saúde deteriorou-se.
Audrey passou seu último Natal na Suíça e em janeiro de 1993, faleceu em paz em sua casa em Tolochenaz, Suíça. Gregory Peck prestou homenagem com um poema e seu funeral foi assistido por familiares, amigos e dignitários, incluindo seus filhos, seu parceiro Robert Wolders e seus ex-maridos. Ela foi enterrada no Cemitério de Tolochenaz no mesmo dia. A morte de Audrey Hepburn marcou o fim de uma era para o querido ícone de Hollywood.
¶ Prêmios de Audrey Hepburn
- Prêmio da Academia (Oscar) de Melhor Atriz por seu papel em "A princesa e o plebeu" (1953).
- Prêmios Globo de Ouro, Melhor Atriz em Filme - Drama, por sua atuação em "A princesa e o plebeu" (1953).
- Prêmios BAFTA, Melhor Atriz Britânica, por "A princesa e o plebeu" (1953) e "A história de uma freira" (1959).
- Prêmios Tony, Melhor Atriz em uma Peça de Teatro, por sua atuação na peça da Broadway "Ondina" em 1954.
- Prêmio Cecil B. DeMille por suas notáveis contribuições à indústria do entretenimento em 1990.
- Prêmios Emmy, Realização Individual Destacada em Entretenimento, por seu trabalho no especial de televisão "Jardins do Mundo com Audrey Hepburn" em 1993.
- Prêmio Screen Actors Guild (SAG), Prêmio por Realizações na Vida, honrada postumamente em 1993.
- Medalha Presidencial da Liberdade em reconhecimento a seus esforços humanitários como Embaixadora da Boa Vontade da UNICEF em 1992.
- Prêmio Humanitário Jean Hersholt no Oscar em 1993 por seu excepcional trabalho humanitário com a UNICEF.
- Calçada da Fama de Hollywood, em reconhecimento às suas contribuições para a indústria cinematográfica.
Fontes
https://askinglot.com/who-is-breakfast-at-tiffany-based-on
Paris, Barry (2001) [1996]. Audrey Hepburn. Berkley Books. ISBN 978-0-425-18212-3.
https://en.wikipedia.org/wiki/Audrey_Hepburn
https://www.britannica.com/biography/Audrey-Hepburn